sábado, 14 de novembro de 2009

Sampa, pelo trânsito de Brasília

Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a - VRUUUUUUuuuuu - venida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura po - bi bi bi bi - as esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas

Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua m - INNN ONNNN INNN ONNN INNN ONNN- ão
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a avenida São João

Quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto
Chamei de ma - FOOOOOOOOOOMMMMMmmm - gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apa - vummm vummmm - é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes

E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vende outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de - VUMMMMMMMMM -
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fuma - tec tec tec tec - as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florest - shhhhhhhhhh - da chuva

Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mais possível novo quilombo de Zumbi
E os no - clic clic clic clic - a tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Lei de Murphy

Video motividor da leitura



Hoje eu não devia ter saído de casa...

Tá, eu iria sair pois minha mãe iria pedir, mas eu não devia, eu nem queria... maldita hora que peguei o telefone pra ouvir boatos...

Há alguns dia, com as chuvas aqui de Brasília, perdi meu carro numa curva e bati na lateral da pista, amassando a frente do carro e detonando a suspensão, resultado? Carro na oficina e agora estou com carro reserva da seguradora.

Minhas aulas "acabaram" ontem ( as aspas vão ficar sem explicação). De tal modo que não teria nada hoje na faculdade. Somente a entrega do resultado da escolhas das eletivas ( pequei pediatria ainda pra completar o pacote). Eu não ia na faculdade, não ia precisar.. como não precisou, mas depois do almoço eu fiz uma escolha que mudaria meu destino.

Sabe o tal efeito borboleta, você faz uma coisa, que dá em outra, que dá em outra e por aí vai?

Pois é, com medo de acontecer alguma coisa na facul que necessitasse de minha presença, liguei para colegas. Daí descobri que teria um boato rolando que teria uma lista de presença para a entrega dos resultados às 15 horas. Inocência minha...

Já ia descer e avisar a minha que iria ter que ir à faculdade, quando ela mesma mandou me chamar. O caso é que antes ela esqueceu de entregar uma encomenda para meu pai e eu teria que levar. Bom, subi, troquei de roupa e sai, quando estava saindo minha mãe pediu para entregar a encomenda primeiro, antes d eir para a faculdade, tudo bem... Fui...

Já perto do trabalho do meu pai, liguei para ele descer e pegar a entrega, quando ele me disse que, na verdade, eu deveria entregar na casa da cliente da minha mãe. Só que ai eu chegaria atrasado na faculdade e como eu sabia que a atividade ia ser curta eu tive medo de não ter tempo de assinar a tal lista se chegasse algum tempo depois da hora anunciada. Meu pai perguntou se eu iria demorar lá, eu respondi que não, seria só meia hora (e foi o tempo exato que eu gastei). Ele me disse então para eu não me preocupar e ir para a faculdade, depois fazer a entrega. Ok.

Fui até a faculdade, a atividade foi no auditório, a coordenadora da série (), fez uso da palavra e anunciou onde cada estudante faria sua eletiva. Já no fim da atividade meu telefone toca.

Minha mãe.

Entre outras coisas, ela me deu um esporro por não ter ido fazer a entrega antes de ir para a faculdade, (provavelmente a cliente ligou para ela pra cobrar a entrega, fingindo pressa ou sei lá) eu tentei explicar sobre a conversa com meu pai, mas não adiantou. Do lado de fora do auditório, enquanto falava ao telefone (ou melhor, escutava minha mãe gritar e pensava em qual antiinflamatório compraria para meu ouvido), vi as pessoas saindo e percebi que atividade havia terminado. Falei para a minha mãe que iria lá fazer a entrega e desliguei o telefone. E a lista? Que lista?

{Lição número #1: Quando você for um estudante universitário, muitas vezes você irá à faculdade à toa...}

Sai da faculdade em direção a casa da cliente. Liguei para o meu pai e pedi para ele ligar para minha mãe e explicar por que eu fui na faculdade primeiro.

No caminho, fui fechado por um motoqueiro, joguei o carro para direita e subi no meio-fio... Ouvi um *TOC*... Não, "toc" não é bom, "toc" nunca é bom... Lembram que eu estava com o carro reserva da seguradora... fui até a casa da mulher pensado... "toc, toc, toc, toc, toc..."

Cheguei lá, o porteiro do bloco me disse que ele tinha ordem de receber e que depois ela pegaria... Cadê aquela pressa?

O carro.. a calota rachou... %$#@&*%$%##@#$%$###.... 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10...

"Alô? Pai?"

"Oi Rafa..."

"Onde que compro calota para carro?"

Eu não preciso contar o resto da ligação né? O que importa é que ele disse "W3" no meio do resto das coisas...

Sai e a primeira loja que eu vi foi a da Pirelli da 506 SUL. Tinha um funcionário bem na rua e eu encostei o carro para perguntar se lá venderia a maldita calota... ...."não"...

O "não" do funcionário da loja da Pirelli ecoou na minha mente e na minha garganta, pois no mesmo instante da resposta eu virei o rosto e vi que estava passando um caminhão, que por algum motivo resolveu se imprensar entre "meu" carro e os estacionados do outro lado da rua. (Pra quem mora em Brasília, é a W5, pra vocês terem uma idéia da merda). Comecei a buzinar e gritar, mas o Filho da P%$#¨&*¨%E$% não parou e levou "meu" retrovisor.

Funcionário da loja: "não"

mente distorcida do Zier: "não, não, não..."

O cara, tentou fugir, disse que eu entrei com meu carro debaixo do caminhão.. (é... eu tenho complexo de Vin Diesel, depois eu iria abrir o caminhão e roubar seu estoque de DVD's com "meu" carro em movimento e depois vender tudo no mercado negro da feira do paraguai)

Fui para a delegacia fazer o BO e perdi o resto da tarde...

Tipo, sério... era pra eu ter saído de casa e voltado rapidão, teria feito a entrega da minha mãe e pronto.. todos estariam felizes...

..me desejem sorte...

domingo, 1 de novembro de 2009

Fim de Temporada de F1

Como muitos devam ter pensado que assisti, vou logo avisando que não...

Não assisti a última corrida da temporada. Não assisti por que não fazia mais sentido, o campeaonato já estava decidido e para mim a emoção de uma corrida está na vitória, na busca pelo melhor desempenho.

Acho ruim quando pergunto para alguém se assistiu a uma corrida e ela me responde que não, que não ver mais graça na F1 depois que Senna morreu.

É, é realmente muito legal ganhar todas, mas o cara não tinha mais aonde se superar, ele era imbatível. Querem saber o que teria acontecido se Senna, não tivesse morrido? Leiam tudo que puderam sobre Schumacher, mas aonde estiver escrito 'Michael' leiam 'Ayrton' e onde estiver escrito 'Schumacher' leiam Senna.

Não se enganem, sou fãzasso do cara. Sim, foi assistindo Senna ganhar que me apaixonei pela F1. Mas, quem realmente gosta e acompanha corridas, sabe que cada piloto, dirigente, mecânico tem seu papel no tal circo. Assisto as corridas para ver qual equipe faz o melhor pit, qual piloto consegue superar aquela curva, quem ultrapassa quem.

É claro que torcerei pra quem é de casa e minha mente esteve focada no desempenho de Barrichelo todo o campeonato. Foi uma pena ele ter perdido, espero que tenha outras chances como a que teve. Alguns me criticam por torcer por Rubens, para esses taí a explicação:

Um texto publicado no blog http://colunistas.ig.com.br/flaviogomes/ logo após o GP do Brasil.

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EM DEFESA DE BARRICHELLO

rbblog

SÃO PAULO (e chega) – De todas as pessoas que encontrei hoje, ouvi: “Esse Rubinho é um cagado, mesmo”, “Puta azar deu o Rubinho”, “Esse Rubinho é muito ruim”, “O cara é muito azarado, tinha de furar um pneu?”, “Esse cara é muito ruim, não vai ser cam

peão nunca”, “Quando a gente mais espera dele, faz isso”.

E algumas variáveis sobre o mesmo tema.

Eu já tinha dessa impressão, mas depois deste fim de semana, tenho certeza. O problema de Barrichello não é ele, não são seus carros, não são seus companheiros de equipe. O problema de Barrichello é a TV Globo.

E por que a Globo, e não toda a mídia? Porque não se deve ter nenhuma ilusão. A imensa maioria das pessoas no Brasil só se informa sobre F-1 pela Globo. “Se informa” é um eufemismo, melhor corrigir. Digamos que a cultura de F-1 que a imensa maioria das pessoas tem no Brasil vem daquilo que a Globo diz.

E a Globo só diz besteira. A cultura de F-1 do brasileiro médio é zero, talhada pelas cascatas globais.

Barrichello não fez nada de errado ontem, não errou ao tentar a pole com o carro mais leve, não teve azar nenhum, não foi cagado. Mas a histeria global, martelada dia após dia — e quando a corrida é no Brasil, e ele está na pole, chega a ser quase uma lavagem cerebral, uma lobotomia —, faz com que o público aqui acredite que Rubinho do Brasil tem a obrigação de ganhar, e se não ganhar, das duas uma: ou sacanearam com ele, ou é um cagado que não tem mais jeito.

As pessoas veem uma corrida de F-1 aqui com zero de informação honesta. Ontem, depois de dez voltas já era possível afirmar que Rubens não venceria a prova. Simples: não abria de Webber e iria parar cinco voltas antes nos boxes. Cinco voltas, com um carro mais rápido e cada vez mais leve, seriam mais do que suficientes para Webber voltar à sua frente do pit stop. E Kubica, também. Ambos passaram.

Rubens apostou no clima instável de São Paulo, no que fez muito bem. Larga na pole, pula na frente, vai que chove no início, todos têm de parar, a vantagem do carro mais pesado é anulada. Ou, ainda: acontece alguma merda atrás dele, Webber se enrosca, Kubica bate, fica para trás, e a vantagem é igualmente anulada.

Mas há uma desonestidade editorial clara naquilo que a Globo faz, alimentando uma expectativa que não poderá ser cumprida. Porque corrida de carro é muito mais do que essa gritaria de “Vâmo, Rubinho!”, “Não erra agora, Rubinho!”, “Acelera, Rubinho!”. Corrida de carro tem lógica, é matemática, e quem mostra um evento desses a milhões de pessoas tem a obrigação de ser honesto.

Porque se não for, as pessoas não têm elementos para entender a derrota. E se amparam na explicação que está à mão: o cara é cagado, dá azar, não vai ganhar nunca. Ou, ainda: furaram o pneu dele de propósito.

E, aí, vai-se criando a fama, dia após dia, de perdedor, azarado, cagado. Uma farsa, uma mentira. A TV mente o tempo todo. Foi assim nos anos pós-Senna, em que Barrichello, de Jordan ou Stewart, não tinha a menor chance de ganhar uma corrida, embora a TV dissesse o contrário. Porque corria contra Williams, Ferrari, McLaren, Benetton. Depois, na Ferrari, a venda de ilusões baratas era igualmente cruel, porque contra um piloto como Schumacher, Barrichello jamais seria campeão. Não seria porque Schumacher era muito melhor. Se eu for companheiro de Barrichello numa corrida de qualquer coisa, não terei chance alguma de andar na frente dele. Deem um kart para ele e outro para mim, e ele vai chegar na frente todas as vezes. Entreguem um Lada igualzinho ao meu, e não vou ser mais rápido que ele nunca, em nenhuma volta.

Mas a Globo vende a esperança, porque acha que as pessoas só vão se interessar por seu evento se houver a chance de um brasileiro vencer, mesmo se for uma mentira deslavada, como na maioria das vezes. É um engodo, e uma sacanagem com o piloto. A expectativa que se cria por seus resultados é criada na TV. OK, muitas vezes Rubens embarcou na onda, mas é o menor dos culpados.

Se a TV não se dedicasse tanto a iludir seus telespectadores tratados como otários, Barrichello não seria zoado como é há anos, pela Globo inclusive. Poderia conduzir sua carreira com mais tranquilidade e serenidade. Ele não tem a obrigação de vencer por ninguém, pelo povo, pelo país. Tem obrigação de trabalhar direito para quem lhe paga, e por ele mesmo.

Um dia depois de uma corrida normal, na qual fez o que podia fazer dentro dos limites de seu carro e de seu talento, o coitado tem de aguentar um tijolo a mais nessa construção de uma imagem que não corresponde à realidade. Barrichello pode não ser o melhor piloto do mundo, está longe disso, mas é um dos bons dos últimos anos, como outros tantos. Nem muito mais, nem muito menos. Não estaria há tanto tempo correndo se não tivesse qualidades.

Quando parar, muito provavelmente sem ter sido campeão, terá para sempre colado na testa o rótulo de cagado, azarado, lento, o que for. Pode agradecer à TV por isso. Foi ela que, nesses anos todos, disse ao Brasil que Rubens era algo que nunca foi. Talvez ele nunca entenda isso, até porque adora ser bajulado pela Globo, com seu pseudo-jornalismo esportivo meloso, ufanista e cascateiro. Mas é assim.